Sofocracia ou Democracia? — Quando o Voto Entra em Contradição
Dizem que a democracia é o pior sistema…
excepto todos
os outros.
E de facto, nunca foi garantida a sua
coerência.
É feita de vontades livres, e nem todas as
vontades são sensatas.
Nem todas são informadas.
Nem
todas são decentes.
Nas últimas eleições em Portugal, assistimos a um fenómeno curioso:
O partido que mais se manifestou contra a imigração, contra os direitos dos estrangeiros e contra a diversidade cultural —
foi reforçado com os votos… de emigrantes portugueses e imigrantes estrangeiros com direito a voto.
E agora?
Que nome se dá a isto?
Democracia?
Cinismo?
Ironia histórica?
Ou um bug
do sistema?
Na Democracia não exige lógica.
Permite que alguém vote contra os próprios interesses.
Permite
que um emigrante apoie um partido que, se estivesse no país de
acolhimento, o discriminaria.
Permite que um imigrante vote num
partido que o despreza, desde que a papelada esteja em ordem.
E
permite que isso conte… igual ao voto de quem leu, pensou,
refletiu.
🤔 E então surge a dúvida:
Será que devíamos escolher os mais sábios para decidir por todos?
É aqui que entra o conceito de sofocracia — o
governo dos sábios.
Uma ideia que Platão já defendia:
Só quem conhece a verdade e o bem deveria ter poder de decisão.
Mas claro, surge logo a pergunta:
E quem decide quem são os sábios?
E o que fazer se os sábios forem arrogantes?
E se a verdade deles for só mais uma opinião com pose?
⚖️ Entre sabedoria e liberdade
Democracia é deixar que o povo escolha.
Mesmo quando escolhe
mal.
Mesmo quando escolhe contra si.
Mesmo quando elege
quem quer apagar outros.
É o preço da liberdade:
pode dar frutos… ou
fascistas.
Mas quando a incoerência chega a este ponto —
em que os
próprios alvos ajudam a municiar os seus atiradores —
a
democracia começa a parecer-se mais com uma piada mal
contada.
📌 Conclusão?
A sofocracia seria mais segura.
A democracia é mais justa.
Mas ambas falham quando ninguém pensa, ninguém lê,
ninguém quer saber.
Porque nem sabedoria nem liberdade
funcionam… sem consciência.
E enquanto isso faltar, continuaremos a ver emigrantes
votar contra emigrantes, e minorias a dar força a quem as quer
silenciar.
Com legitimidade total.
E lucidez nula.
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