
O paradoxo económico dos incêndios em Portugal A floresta continua a ser tratada como um problema sazonal, quando deveria ser vista como um ativo estratégico nacional. Enquanto persistirmos na lógica do combate, o país continuará refém de um ciclo de destruição e reconstrução. Todos os verões, o país assiste ao mesmo drama: milhares de hectares de floresta consumidos pelas chamas, populações em risco, património natural e humano devastado. Apesar dos avanços no combate, Portugal continua a enfrentar incêndios de grandes dimensões com uma frequência alarmante. O problema não é apenas climático ou acidental: é estrutural. O abandono rural, consequência direta do êxodo populacional para as cidades, deixou vastas áreas agrícolas e florestais sem manutenção. A fragmentação da propriedade, com milhares de pequenos donos sem meios para gerir o território, agrava a situação. Resultado: um país coberto de combustível pronto a arder. Antes da década de 50 do século passado, quando a lig...