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A mostrar mensagens de junho, 2025
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  🧭 2% que Vetam o Mundo: A Influência da Comunidade Judaico-Americana na Política Externa dos EUA Pedro Baptista Julho de 2025 Embora represente apenas cerca de 2% da população americana , a comunidade judaico-americana tem desempenhado um papel crucial na formação da política externa dos Estados Unidos, especialmente na defesa sistemática de Israel em foros internacionais , mesmo quando essa defesa implica o uso do veto no Conselho de Segurança da ONU contra resoluções condenatórias amplamente apoiadas pela comunidade internacional . 🏛️ 1. O Poder dos Lobbies: AIPAC e Além Organizações como a AIPAC (American Israel Public Affairs Committee) têm uma capacidade sem paralelo de influenciar decisores políticos: Financiamento e aval político a candidatos pró-Israel; Campanhas de pressão coordenadas no Congresso; Relações estreitas com administrações de ambos os partidos. Este lobby profissionalizado não representa toda a diversidade da comunidade judaica america...
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  O que a lei diz, o que o mundo cala: os colonatos israelitas e o silêncio internacional 🪶 O que a lei diz, o que o mundo cala: os colonatos israelitas e o silêncio internacional No coração do prolongado conflito israelo-palestiniano, há uma realidade jurídica e moral muitas vezes silenciada:  os colonatos israelitas nos territórios ocupados são ilegais à luz do direito internacional. A comunidade internacional reconhece essa ilegalidade — mas recusa agir sobre ela. De acordo com a Quarta Convenção de Genebra (art. 49) , é expressamente proibido a uma potência ocupante transferir parte da sua população civil para o território ocupado. Esta cláusula visa impedir a alteração deliberada da composição demográfica de territórios sob ocupação militar. Contudo, desde 1967, Israel construiu centenas de colonatos na Cisjordânia e Jerusalém Oriental, onde hoje vivem mais de 700 mil colonos israelitas . A Resolução 2334 do Conselho de Segurança da ONU , aprovada em 2016, dec...
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  O Peso do Silêncio A prisão era de segurança máxima, num país distante, onde a vida se pagava com a morte. Eram seis, em celas individuais, alinhadas num corredor que, à hora marcada, cada um teria de atravessar para se deitar naquela cama travestida de maca hospitalar — com tubos, máscaras e a agulha letal. Não havia vozes. Não havia olhares. Cada um encerrado no seu cubículo, dentro de si próprio. O tempo era feito de silêncio. À lentidão da justiça, à burocracia, aos recursos, somava-se o sadismo ocasional de um carcereiro que, ao recusar qualquer previsão, mantinha viva a angústia do momento fatal. Numa noite, a luz do corredor acendeu-se fora de hora. A grade da cela mais distante rangeu. O condenado saiu — mudo como sempre, sem expressão, sem emoção — ladeado por dois guardas. Atrás dele, o corredor voltou a fechar-se. Passado algum tempo, regressaram só os dois. Em silêncio. E naquela cela, agora vazia, o silêncio era o mesmo. Mas nos outros cinco, ele ganhou peso. U...
  Pelo fim do silêncio de Portugal face aos crimes de guerra em Gaza https:// peticaopublica.com/?pi=PT126101 #peticaopublica #peticao via @peticaopublica Texto da Petição À Assembleia da República, ao Governo da República e ao Ministério dos Negócios Estrangeiros Os abaixo-assinados, cidadãos portugueses, vêm por este meio manifestar a sua profunda indignação perante os relatos crescentes e documentados de crimes de guerra cometidos pelas Forças de Defesa de Israel contra civis palestinianos na Faixa de Gaza, nomeadamente o disparo deliberado sobre populações desarmadas que procuravam ajuda alimentar. Tais atos, denunciados por soldados israelitas e publicados em meios como o jornal Haaretz , não podem continuar a ser ignorados sob o pretexto de alianças diplomáticas ou de equilíbrios geoestratégicos. A passividade ou neutralidade perante estas ações constitui, na prática, uma forma de conivência. Exigimos que: A Assembleia da República e o Governo de Portugal se pronunciem...
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Quando a ajuda se torna armadilha: Gaza, Israel e a banalização do mal June 27, 2025   /  Leave a comment   /  Edit No calor sufocante de Gaza, onde o pão escasseia e a sede já se tornou crónica, a morte chega agora também às filas de ajuda alimentar. Segundo um relatório recente do jornal israelita  Haaretz , soldados israelenses terão sido instruídos a disparar contra civis desarmados que apenas procuravam sobreviver. Esta revelação, feita por militares no terreno, lança uma sombra densa sobre a conduta das forças de defesa de Israel e exige uma resposta urgente da comunidade internacional. O relato: entre o horror e a rotina De acordo com os testemunhos divulgados pelo  Haaretz , soldados posicionados perto de centros de distribuição de ajuda humanitária em Gaza relataram ordens diretas para abrir fogo contra multidões famintas. Disseram ter disparado metralhadoras de tanques, lançado granadas, e matado diariamente entre “uma e cinco pessoas”, em zo...
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  Da Semente ao Abismo: Lições de Israel para o Presente Português Quando os discursos de ódio deixam de ser marginalizados e passam a ser legitimados nas urnas, abre-se caminho a uma transformação profunda - e perigosa - na sociedade. Este artigo traça um paralelo entre os primeiros sinais de violência de extrema-direita em Portugal e o percurso de radicalização vivido por Israel desde o assassinato de Yitzhak Rabin. Um alerta firme e urgente para quem ainda acredita na democracia como espaço de empatia, justiça e contenção. A história ensina, mas só a quem quer escutar. O que se passa hoje em Portugal - com a ascensão eleitoral da extrema-direita e os primeiros sinais de violência social legitimada por discursos de ódio - não é um fenómeno isolado nem inédito. É, antes, o prenúncio de algo maior e mais perigoso, que outros países já viveram e que deixou marcas profundas. Israel é um desses exemplos. O começo parece sempre "apenas" retórico Em Portugal, multiplicam-se o...
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  P iação dos charales do N inhou [Cenário: Taberna acanhada em Ninhou, final de fusca. Uma borboleta tremeluz na parede. Dois homens sentados à mesa, com duas babosas à frente. O almocreve limpa o Zé Pedro com um guardanapo. O vendedor de meníseas chega da rua, com uma pirota velha e cheia de pó.] ALMOCREVE: Ó carranchano! Já vens da ronda pelos casais? VENDEDOR: Sim, senhor! Fui até ao Segundo Casal Grande, vendi duas meníseas a uma rodilha regateira e ainda ambrosiei se passava pelo Casal Médio a ver se mirantava os campinos novos da época! ALMOCREVE (a rir): Deves ter jordado o neto todo em gasolina pra essa pirota... ainda por cima, chegas aqui todo mirrado! Anda, senta-te e abobra um pouco. VENDEDOR (senta-se): Não digas isso! Ainda ontem garganteei pela estrada fora com o renhomnhom do Zé da...
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  Trump, Israel, Irão e o Cessar-fogo das 24 Horas: Um Acordo Realmente Surreal Publicado por Pedro Baptista Nas últimas horas, o mundo assistiu ao anúncio inesperado — e inusitado — de um suposto cessar-fogo entre Israel e o Irão, mediado pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Reeleito em 2024, Trump apresentou-se como artífice de um acordo de paz faseado que parece saído de um argumento de ficção política. Segundo o plano tornado público, o cessar-fogo divide-se em duas fases de 12 horas: o Irão interrompe os ataques durante as primeiras 12 horas e, de seguida, Israel faz o mesmo. Ao fim de 24 horas, a guerra estaria “oficialmente” terminada. Um cronómetro da paz — sem relato de observadores internacionais, sem tratado assinado, sem verificação independente. Apenas a palavra de Trump, amplificada por redes sociais e conferências de imprensa. A diplomacia do absurdo O que surpreende, mais do que o conteúdo, é o cenário: um presidente norte-americano a ditar os term...
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  Irão: O Regime, o Átomo e o Futuro em Aberto Ao abordarmos o complexo dossiê nuclear iraniano, é crucial resistirmos à tentação das simplificações ideológicas . Criticar a retirada dos EUA do JCPOA (o acordo nuclear) não é, de todo, sinónimo de defender o regime iraniano. Pelo contrário, é perfeitamente possível — e, na verdade, necessário — separar a análise estratégica da avaliação moral ou política de um regime que continua a merecer sérias críticas , tanto a nível interno quanto internacional. Um Regime Teocrático Sob Pressão Crescente O Irão é, por definição, uma república teocrática onde o poder último não reside num presidente eleito, mas sim no Líder Supremo . A repressão contra dissidentes, mulheres, artistas, jornalistas e minorias religiosas tem-se intensificado dramaticamente nos últimos anos. Os protestos em massa que eclodiram após a morte de Mahsa Amini, em 2022, foram apenas o sintoma mais visível de uma sociedade que se mostra cada vez mais cansada de ser ...
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  JCPOA: Uma Retirada que Comprometeu a Segurança Global Quando se avalia uma decisão de política externa, há muitas métricas possíveis: ganhos económicos, alianças estratégicas, fidelidade ideológica ou promessas eleitorais. Mas se isolarmos a segurança global como critério primordial — acima de tudo o resto — então a decisão de Donald Trump de retirar unilateralmente os Estados Unidos do acordo nuclear com o Irão (JCPOA) em 2018 revela-se uma falha política grave , cujos efeitos continuam a comprometer a estabilidade mundial. A Segurança Global como Referência Absoluta Visto sob o prisma exclusivo da segurança internacional, o abandono do JCPOA é quase indefensável. Eis porquê: 1. Proliferação Nuclear Acelerada O Irão, libertando-se das restrições do acordo, acelerou o enriquecimento de urânio e desenvolveu centrífugas mais avançadas. O “tempo de ruptura” — o período necessário para produzir material físsil suficiente para uma arma — diminuiu drasticamente . Ou seja, o...
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  A História Repete-se? Em 2003, o mundo assistiu à invasão do Iraque por uma coligação liderada pelos Estados Unidos e pelo Reino Unido. A justificação apresentada parecia inquestionável: o regime de Saddam Hussein possuía armas de destruição maciça (ADM) e mantinha ligações perigosas com a Al-Qaeda. Vinte anos depois, sabemos que nenhuma destas alegações resistiu à investigação séria . O chamado Relatório Duelfer , produzido pelo Iraq Survey Group entre 2004 e 2005, concluiu de forma inequívoca: não existiam ADM em 2003 . Saddam tinha, de facto, desmantelado os seus programas militares após a Guerra do Golfo em 1991. A “intenção futura” de os retomar, tantas vezes invocada, não passa disso mesmo — uma intenção sem meios, que em nada justificava uma guerra preventiva. Do mesmo modo, as alegadas ligações entre o regime iraquiano e a Al-Qaeda foram desmentidas por múltiplas fontes , incluindo a Comissão do 11 de Setembro e, anos mais tarde, o próprio Pentágono. Saddam era um di...
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   A Justiça é Cega... Mas Tem Audição Seletiva? Há uma dissonância gritante na forma como a justiça é aplicada no mundo. No nosso dia-a-dia, tentamos cumprir as regras – as do trânsito, as do trabalho, as da boa vizinhança. Crescemos com a ideia de que a lei é para todos, que a justiça é imparcial e que somos todos iguais perante ela. Uma premissa bela, um pilar da civilização, não é? No entanto, basta ligar a televisão ou abrir um jornal para que este castelo de cartas se desmorone. Vemos líderes de nações que bombardeiam escolas e hospitais, ocupam territórios e matam civis, e depois passeiam sorridentes pelos corredores da ONU, a discursar sobre a paz e a democracia. Estes "grandes" não são julgados, não são presos e, muitas vezes, ostentam um direito de veto que mais parece uma licença para a impunidade. Chamam-lhe "soberania" ou "geoestratégia", termos grandiosos que, neste contexto, soam a desculpas esfarrapadas, um manto diplomático que encobre a...