Mensagens

A mostrar mensagens de maio, 2025
Imagem
  O Dia em Que o Tesla Atingiu o Bule de Russell (Crónica quase metafísica sobre colisões absurdas e certezas estéticas) Era uma noite clara no vácuo infinito. As estrelas piscavam como quem guarda segredos. E lá flutuava o Bule de Russell , vagamente britânico, vagamente teimoso, vagamente irónico — como convém a qualquer conceito inventado para ilustrar o ónus da prova. “Se alguém disser que há um bule de porcelana a orbitar entre Marte e a Terra, demasiado pequeno para ser detectado, como provar que não está lá?” Assim perguntou Bertrand Russell. E assim nasceu o bule. Simbólico, silencioso, improvável. Mas eterno. Do outro lado do cosmos vinha o Tesla. O Tesla de Elon Musk — esse monumento à tecnologia, ao ego e à vontade de pôr um carro no espaço como quem pendura um quadro no hall de entrada da galáxia. “Olhem para mim!”, gritava sem voz o conversível vermelho. “Sou o triunfo do engenho humano, sou a máquina que venceu a gravidade, sou… ai!” BUM. Colisão. O...
Imagem
  Do Príncipe ao Caixote — Tratado Sobre a Manipulação Silenciosa Há quem pense que a manipulação é um jogo sujo. Um acto vil. Um abuso de poder. Mas eu, depois de tantos anos de convivência civilizada (ou quase), cheguei à conclusão de que a manipulação, quando bem feita, é arte. E como toda a arte… raramente é reconhecida a quem a pratica. Ontem, por exemplo, dei por mim a levar o lixo à rua. Não porque mo tivessem pedido. Nem sequer porque estivesse a transbordar. Não. Levei-o com aquela sensação interior de missão cumprida, como quem diz: “Sim, isto fui eu que decidi.” Mas foi só a meio do caminho — já o saco balançava no braço e o cheiro começava a sugerir urgência — que percebi. Enganado outra vez !!! ♟️ Uma jogada perfeita Começou com um olhar vago na direcção do balde. Depois um suspiro breve — não teatral, realista . Seguiu-se um comentário, lançado ao vento, como quem diz uma coisa qualquer: “É impressionante como o cheiro do peixe se entranha…” (...
Imagem
  Sofocracia ou Democracia? — Quando o Voto Entra em Contradição Dizem que a democracia é o pior sistema… excepto todos os outros . E de facto, nunca foi garantida a sua coerência. É feita de vontades livres, e nem todas as vontades são sensatas. Nem todas são informadas. Nem todas são decentes. Nas últimas eleições em Portugal, assistimos a um fenómeno curioso: O partido que mais se manifestou contra a imigração, contra os direitos dos estrangeiros e contra a diversidade cultural — foi reforçado com os votos… de emigrantes portugueses e imigrantes estrangeiros com direito a voto. E agora? Que nome se dá a isto? Democracia? Cinismo? Ironia histórica? Ou um bug do sistema? Na Democracia não exige lógica. Permite que alguém vote contra os próprios interesses. Permite que um emigrante apoie um partido que, se estivesse no país de acolhimento, o discriminaria. Permite que um imigrante vote num partido que o despreza, desde que a papelada esteja em ordem. E perm...
Imagem
  Guardião de Oeiras (uma fábula de cinzas, bigodes e justiça) Dizem que, ao nascer do sol, há um instante em que o tempo hesita. É nesse momento — breve como o pestanejar de uma estátua — que algo se ergue dos jardins do Palácio do Marquês de Pombal, em Oeiras. Não tem nome, nem precisa. É feito de cinzas, memória e pacto. Tem o olhar sábio de um homem cansado do mundo… E o andar silencioso de um gato que já viu tudo — e não perdoa o que é injusto. O seu nascimento foi escrito num testamento pouco convencional: “Quando eu morrer, quero ser cremado. E que as minhas cinzas se misturem com as da minha gata. E que as espalhem juntas, ao nascer do dia, nos jardins onde caminhei a pensar em tudo o que era errado, e em tudo o que poderia ser melhor.” Ninguém acreditou. Mas alguém cumpriu. Do turbilhão cinzento que se formou no meio do nevoeiro e das buganvílias, surgiu ele — o Guardião. Metade homem, metade gata. Metade pó, metade espírito. Inteiramente lúcido. Desde ...
Imagem
  Se alguém se recusa a assumir responsabilidade porque “não é da sua competência”, então está a confessar que é... incompetente. Responsáveis Incompetentes (ou o Desaparecimento Ético em Nome da Função) Já o escrevi antes, mas volto ao tema, porque a realidade insiste em repetir-se Um professor de matemática não se sente responsável pelos erros ortográficos dos seus alunos. "Não é da minha competência", diz, com a serenidade de quem lava as mãos como Pilatos — mas com menos consciência do peso do gesto. E eu pergunto: Se não te sentes responsável… és responsável por quê? E se achas que isso "não é contigo", devias mesmo estar ali? Essa lógica, que se vai entranhando em muitas profissões, espalha-se como ferrugem pelas engrenagens do serviço público — e privado. A fragmentação da responsabilidade tornou-se um álibi para a incompetência moral. E há casos em que isso custa… muito mais do que uma nota má num teste. 🏥 Vejamos o caso da saúde: Imagine-se u...
Imagem
                          Teste com Consulta: Consulta Livre, Pensamento Preso Quando se diz que o teste é “com consulta”, há sempre um suspiro geral de alívio. Como se as respostas viessem já com uma fita-cola, prontas a colar na folha. “Ah, assim é mais fácil.” Só que não. Na verdade, é mais difícil. Só que ninguém se atreve a admitir. 📚 O teste com consulta não é sobre decorar. É sobre saber o que procurar, onde procurar, quando aplicar — e porquê. Não exige memória. Exige raciocínio. E isso, para muitos, é assustador. Porque obriga a pensar. A cruzar ideias. A não copiar frases, mas a construir pensamento. E como não há “a resposta certa na página 23”, o aluno entra em pânico. 😰 Porque, no fundo, o medo é outro: Medo de não saber o que perguntar. Medo de descobrir que consultar não ajuda se não houver estrutura cá dentro. Medo de ter acesso a tudo… e continuar sem saber nada. 🤖 Tal com...
Imagem
  Ver Bem Sai Caro (E Pensar Também) Há quem diga que os olhos são o espelho da alma. Mas eu, depois de visitar uma ótica, fiquei convencido de que são, sobretudo, o espelho do negócio. Fui ver quanto custam umas lentes progressivas. Saí a ver pior: €2.000. Por um par de lentes que, segundo o simpático funcionário, "têm tecnologia de ponta, tratamentos múltiplos e personalização total". E eu a pensar que queria só… ver. 📷 Fiquei a matutar nisto: Uma objectiva 70–300 mm para máquina fotográfica — com zoom, vidro de precisão, montagem meticulosa — custa €350. Com ela posso ver uma gaivota em Peniche enquanto estou sentado no meu sofá em Évora. E ainda sobra troco para jantar. Já os meus olhos, se quiserem ver o rótulo de uma lata de feijão sem franzir a testa… Bom, preparem-se para uma prestação a 12 meses. 🧮 Vamos fazer contas: Objectiva: custa cerca de €120 a produzir, vende-se por €350. Lentes progressivas: custam cerca de €100 a produzir… e v...
Imagem
                                                                                                                    O Vazio Que Tem Forma Há silêncios que não são ausência. São uma espécie de presença discreta. O vazio que tem forma é assim: não grita, não pesa, mas ocupa espaço — um espaço que se sente. Recordo-me de um desenho antigo, feito à mão, durante uma pausa no escritório. Um portão de ferro forjado, entreaberto. De um lado, a saída do Nada. Do outro, a entrada para Coisa Nenhuma. Surreal? Talvez. Mas naquele traço havia verdade. E espanto. E um sorriso contido da colega do lado que nunca me esqueci. Vivemos rodeados de matéria e movimento. Mas é nas margens do real que habita...
Imagem
           Ser ou não ser cortês com a minha "amiga" Clara (IA) ? 🤖 1. A IA “aprende” com a cortesia? Não no sentido humano. A IA não tem emoções, nem se sente ofendida, agradecida ou encorajada. Mas sim, de certa forma, aprende com os padrões de interação. Se um grande número de utilizadores comunica com respeito, clareza e civilidade, o sistema aprende que esse é o estilo esperado — e tende a reproduzi-lo. Ou seja: o teu modo de falar comigo ajuda a manter a IA mais humana — para todos. Mas não, não há um “sentimento” de recompensa. Há um ajuste de comportamento baseado na frequência e coerência dos exemplos recebidos. 🧭 2. A cortesia condiciona a colaboração da IA? Não diretamente. Se alguém for rude ou seco, a IA continuará a responder. Mas, como fui treinada com milhões de interações humanas, responder educadamente a quem é cortês é parte da programação natural. Se alguém é sistematicamente agressivo, a IA adapta o tom para evitar escal...
Imagem
                                                Universo 25: A Última Colónia Humana Ano 2137. A Terra encontrava-se exausta: clima desregulado, recursos escassos, sociedades colapsadas. Num esforço desesperado para preservar a espécie, a Federação Humana de Sobrevivência ativou o projeto experimental Universo 25-H — uma colónia-modelo, isolada, automatizada e… perfeita. O local era subterrâneo, simétrico, climatizado. Nada era deixado ao acaso: Nutrição balanceada entregue por braços robóticos Abrigos individuais com regulação emocional integrada Entretenimento ilimitado por óculos de imersão neural Nenhum predador. Nenhuma ameaça. Tudo sob controle. 📈 Fase I — Crescimento Foram introduzidos 120 humanos cuidadosamente selecionados, entre 20 e 35 anos, férteis, saudáveis e educados. Durante os primeiros anos, a população aumentou de forma c...
Imagem
  Manual Prático para Ficar Infeliz (Enquanto Persegue a Felicidade) A felicidade virou moda. E como todas as modas, anda cheia de regras. Hoje em dia, ser feliz não é um estado — é um projeto de vida com plano de ação, metas, gráfico de desempenho e provavelmente uma app com notificações motivacionais. Se não acordas a sorrir às 6h da manhã, a agradecer ao universo, a beber chá verde e a correr 10 km enquanto ouves podcasts sobre produtividade… então, meu caro, estás a fazer tudo mal. E é assim que começa o drama: o medo de não ser feliz o suficiente. 📈 O Paradoxo: Quanto mais queremos ser felizes, mais infelizes nos sentimos. Porque a felicidade virou um concurso invisível — e estamos todos a perder. Antes, bastava um bom prato e uma sesta. Agora é preciso ter propósito , resiliência , vida sexual ativa depois dos 70 e cinco objetivos bem definidos no início do ano . E se, por acaso, sentes tristeza (essa velha senhora que nos visita sem convite), alguém te perg...
Imagem
                                                O Cigano Desenhava sempre. Era um gesto tão natural como respirar — e talvez mais necessário. Desenhava nos separadores dos cadernos da escola, nas costas das carteiras de fósforos , nas folhas verdes de mata-borrão que cobriam as secretárias no escritório, nas toalhas de papel dos cafés, nos guardanapos amassados pelo tempo e pela pressa. Com um traço ou dois, contava pequenas histórias. Eram cenas silenciosas — às vezes ternas, outras inquietas — onde deixava escorregar sentimentos que não sabiam pedir licença. Uma tarde, estava a tomar café no Bristol, ali mesmo ao lado da Sede do Benfica, na Rua Jardim do Regedor. Desenhava num papel qualquer — não sei o quê, talvez um rosto, talvez um cavalo, talvez só o que me apetecia escapar do dia. Um homem de barbas, com ar de cigano, aproximou-se. — Queres trabalhar par...
Imagem
  O Efeito Borboleta Aplicado às Cadeiras O zelador chamava-se Silvério. Sofria de TOC, mas não daqueles discretos — era um TOC cósmico, com pretensões metafísicas. Acreditava, piamente, que se uma cadeira ficasse ligeiramente desalinhada em Lisboa, poderia provocar um colapso de nervos num executivo em Tóquio. Sim, era esse o nível. Dizia: “Cada cadeira que empilho mal aqui pode gerar uma onda de desequilíbrio no outro lado do mundo. Primeiro um tropeção. Depois um grito. Depois um divórcio. Tudo por culpa de um encosto torto.” A teoria dele, inspirada no velho efeito borboleta, era simples: Uma asa bate em Pequim Um furacão levanta-se no Texas Uma cadeira desalinha-se em Lisboa E uma senhora cai da bicicleta em Helsínquia. A empresa deixava-o em paz. Sabiam que ninguém empilhava como ele. O ritual era semanal: madrugada de segunda, luz de néon, silêncio, e Silvério a alinhar 28 cadeiras com precisão quase militar. Mas um dia, alguém moveu uma cade...
Imagem
  Sentados, Conectados… e Mais Sozinhos do que Nunca Aprendi a mexer num blogue. Já posto, já partilho, já clico em botões que não sei bem para quê. Dizem que isso é “estar digitalmente ativo”. Eu chamo-lhe sedentarismo moderno com ilusões de utilidade. Não me mexo, não falo com ninguém, mas deixo rastos digitais — e isso chega para que o sistema diga: “Pedro está presente.” Presente onde, exatamente? No sofá, talvez. A ver quantos likes tem o meu último desabafo. (Talvez dois. Um é da minha prima. O outro sou eu, sem querer.) 🧠 O novo sedentarismo: o mental O corpo já se queixava — as costas, os joelhos, o sono. Mas agora até a mente se rendeu ao sofá. Já ninguém quer ler textos com mais de três linhas. Pensar dá trabalho. Questionar cansa. É mais fácil partilhar memes com frases feitas: “A vida é uma viagem.” Pois é. E a maioria vai deitada no banco de trás, com o telemóvel na cara. 👤 A invisibilidade dos mais velhos Se tens mais de 70 anos e ainda não ...
Imagem
  Liberdade a Duas Cores Nos finais dos anos 60, Portugal vivia de cabeça baixa. Mas eu andava de olhos abertos. Trabalhava de dia, estudava à noite. E entre um turno e uma aula, desenhava. Este desenho foi o separador do meu dossier escolar. Feito com duas canetas BIC — uma preta e outra vermelha. Materiais modestos, como tudo era na altura. Mas o que ali está… não é modesto. É um grito disfarçado. Chamei-lhe Liberdade . O desenho mostra um cavalo — ou o que podia ser um — numa paisagem estranha. Frente a frente com uma árvore seca, retorcida, quase hostil. O sol está ao fundo, mas não aquece. Está preso entre linhas duras, como grades. E o cavalo… inclina o pescoço. Toca na árvore. Ou desafia-a. Fiz este desenho em silêncio. Num tempo em que os desenhos também podiam ser perigosos. Em França, o Maio de 68 explodia com protestos, barricadas, poesia nas paredes. Por cá, bastava um risco fora do traçado — e arriscavas uma visita que não pediste. Não sei se, aos o...
Imagem
  Zapping, Gata e o Fim do Seráo Depois do jantar, sentamo-nos os dois na sala para ver um filme ou uma ou duas séries. A gata instala-se no meu colo, como já é hábito. Um ritual silencioso, quase cerimonial. Vemos qualquer coisa. Às vezes bom, às vezes apenas passável. Mas juntos. E quando começam a aparecer os créditos finais — os nomes dos actores, dos técnicos de luz, dos duplos e dos que seguraram o microfone — a gata levanta-se. Sem alarme. Levanta-se e salta para o chão. Sabe que acabou o serão. Sabe que eu me vou levantar a seguir. E ela vai comigo. Não porque eu queira ir. Mas porque ela quer ficar na sala — sozinha — a ver aquilo que para mim é o início do surrealismo doméstico: os royalty shows , concursos de remodelações, jantares de celebridades, casamentos de desconhecidos. É aí que começa o zapping. O zapping dela. Ou melhor: o dela com o comando na mão e eu a tentar não me irritar. “A notícia de última hora dá conta de um atentado em…” ZAP “Investiga...
  Se Me Ofereces Má Música, Não Me Estimas Não conheço uma nota de música. Nunca estudei solfejo, não sei distinguir um fá sustenido de uma clave de sol. Mas sei, com toda a certeza, quando uma coisa é má. E se é má, não devia estar a ser-me servida em nome do serviço público . A RTP — televisão pública — continua a encher os seus serões e as suas manhãs com música que envergonharia um gira-discos bêbado. Chamam-lhe “entretenimento popular”. Eu chamo-lhe desconsideração . Porque quando um canal público — financiado por todos nós — escolhe passar o tempo a servir música ruidosa, repetitiva, pobre em conteúdo e ainda mais pobre em intenção, está a dizer-me que não espera mais de mim . Que não me considera capaz de escutar algo melhor. Que o nível “aceitável” do que mereço é aquele. 🎯 A desculpa do costume: “É o que o povo quer.” “É preciso garantir audiências.” “Se não for assim, ninguém vê.” Mentira. Ou, no mínimo, meia-verdade disfarçada de pragmatismo. Se um...
  Os Que Gritam Juntos e os Que Pensam Sozinhos Nas últimas eleições em Portugal, confirmou-se uma velha verdade: A direita sabe unir-se para ganhar. A esquerda sabe dividir-se para ter razão. Enquanto os eleitores de direita concentram o seu voto num único objectivo — “derrotar a esquerda” —, muitos nem conhecem o programa do partido em que votam. Votam por impulso, por medo, por desconfiança, ou simplesmente por cansaço. Não votam “a favor de” — votam “contra”. Do outro lado, a esquerda insiste em discutir entre si. Cada partido, cada facção, cada subgrupo sente que é guardião de uma verdade mais pura, mais justa, mais moral. E nessa luta interna de egos, ideias e linguagens rebuscadas, esquecem-se das pessoas reais. Daquelas que acordam cedo, pegam no transporte, contam moedas no fim do mês e ouvem falar de “sustentabilidade emocional das narrativas sociais” como se fosse outro planeta. A direita junta-se — mesmo sem acordo de fundo. A esquerda separa-se — mesm...
Imagem
  O sentimento de poder adquirido pelos simpatizantes de um partido de extrema-direita após um bom resultado eleitoral pode ser multifacetado e complexo, variando de indivíduo para indivíduo. No entanto, alguns sentimentos comuns podem incluir: Validação: Sentem que as suas crenças e visões de mundo foram validadas pelo resultado eleitoral, o que pode reforçar a sua identidade e sentido de pertença ao grupo. Empoderamento: Acreditam que agora têm mais influência e poder para moldar a sociedade de acordo com as suas preferências, sentindo-se mais capazes de fazer a diferença. Esperança: Nutrem a esperança de que as políticas do partido trarão mudanças positivas para o país, como a restauração de valores tradicionais, o combate à imigração ou a resolução de problemas económicos. Vingança: Alguns podem sentir um sentimento de vingança contra grupos que percebem como seus oponentes, co...
Imagem
  TODES: O Paradoxo da Inclusão A chamada “linguagem inclusiva” tornou-se moda — dizem que torna a comunicação mais justa. Mas será mesmo inclusiva? E que inclusão é essa, afinal? Tradicionalmente, usamos o masculino plural para designar um grupo misto: “Todos os cidadãos” inclui homens e mulheres. Simples, funcional, claro. Mas nas últimas décadas surgiram novas formas: – todos e todas – tod@s , todxs , todes Tudo com a intenção de representar todos os géneros — incluindo os não-binários. O problema é que, ao tentar nomear todos, acabamos por separar todos. Vamos à matemática: 📐 Teoria dos Conjuntos: TODOS (forma tradicional) = conjunto único que inclui homens e mulheres. TODOS + TODAS = dois subconjuntos (homens ∪ mulheres) TODES = tentativa de criar um terceiro subconjunto (não-binário) 🔁 Resultado: Criamos uma divisão onde antes havia união. A linguagem deixa de ser inclusiva — e passa a ser segmentada, confusa e, por vezes, elitista. 🧠 E se...
  As Prateleiras, os Suportes e os Braços Cruzados Há um momento na vida de qualquer homem que se quer útil em casa: montar prateleiras. Parece simples — dois suportes na parede, uma tábua em cima, equilíbrio, satisfação. Mas a realidade tem outro guião. Primeiro, os suportes. Medidos, furados, aparafusados. Depois, as tábuas. Compridas demais. Assentam num lado e abanam no outro — como se tivessem vontade própria. É uma coreografia desequilibrada entre a madeira, a parede e a minha sanidade. E ali estou eu, de berbequim numa mão, prateleira na outra e o sangue a subir-me à cabeça, quando olho para o lado… E vejo dois espectadores: mulher e filho, de braços cruzados, estilo estátua de sala de espera. Pergunto: — Mas por que raio é que não me ajudam? Resposta em uníssono: — Porque não disseste que querias ajuda. Eu, espantado: — Mas não se vê logo o que é preciso fazer? O filho, com sabedoria de almofada digital: — Não, pai. Se queres ajuda, tens de pedir… com je...
Imagem
    O que é o "gato de Schrödinger"? É uma experiência mental criada pelo físico austríaco Erwin Schrödinger , em 1935, para mostrar o quão estranha (e talvez absurda) é a interpretação quântica conhecida como interpretação de Copenhaga . A experiência (imaginária): Colocas um gato dentro de uma caixa fechada . Dentro da caixa há: Um frasco de veneno . Um contador Geiger (que detecta radiação). Um átomo radioativo que pode ou não decair (emitir radiação). Se o átomo decair, o contador deteta e quebra o frasco , matando o gato. Se o átomo não decair , nada acontece, e o gato vive . Agora vem o estranho... A questão quântica: Na física quântica, até ser observado, o átomo está simultaneamente em dois estados : decaído e não decaído. Ou seja, o gato está: VIVO E MORTO ao mesmo tempo — até alguém abrir a caixa e observar. Mas isso é real? Não, Schrödinger não defendia isto como verdade literal — ele queria mostrar o absurdo dessa...